"Trama foi bem montada", se defende dono da Forty

Por Redação 30/09/2011 às 22:01

O empresário Walter Jorge Paulo Filho, dono da Forty Engenharia e Construções, envolvido em ações movidas pelo Ministério Público por atos deimprobidade administrativa juntamente com o prefeito de Santa Bárbara d'Oeste, Mário Heins (PDT), disse hoje (30) que o que levou os promotores a investigarem a administração pública e a empresa foi "uma trama muito bem montada, uma coisa ardilosa", referindo-se aos acusadores.

Ao se defender das acusações, Walter afirmou que foi o primeiro a buscar a polícia em maio do ano passado por conta de desinteligência que teve com seu parceiro comercial Osvaldo Paz Domingues, um dos denunciantes do suposto esquema de fraude em licitações e pagamento de propina na prefeitura. "Em nenhum momento deixei de acreditar na Justiça, no Ministério Público e na polícia. Não tenho mágoa, nem ressentimento do MP. Durante as apurações a verdade vai chegar", disse.

Walter Jorge contou que abriu o seu sigilo fiscal e bancário e declaração de imposto de renda para as autoridades envolvidas. "O primeiro órgão que eu abri meu sigilo foi em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso", revelou. Nesse local, o empresário mantinha criação de gado em parceria com Osvaldo Domingues.

Sobre denúncia de servidores municipais de que a Forty Engenharia não recolhia galhos dos serviços de poda de árvores e recebia por serviço não executado, ele confirmou que esse tipo de serviço não foi feito mesmo. "A Forty não fez a poda. Era previsto em contrato, mas a prefeitura não utilizou da mão- de-obra, apenas o caminhão. Não foram utilizados todos os serviços e a empresa não teve nenhuma vantagem com isso. As denúncias não procedem", contestou. Quanto ao aterro, ele afirmou que o edital de licitação para operação do aterro demorou cerca de seis meses, com muitos questionamentos de empresas junto ao Tribunal de Contas, a prefeitura teve que refazer o edital e no fim do processo, a Forty acabou vencendo a licitação no final de 2008.

Quanto ao gado, Walter Jorge disse que há controvérsia na história. Segundo ele, a parceria feita com Osvaldo Domingues em janeiro de 2010, previa pagamento de um salário de R$ 5 mil, livre de outras despesas, mais 10% de todo o lucro que a criação do gado viesse a gerar no Mato Grosso. O acordo entre ele e Osvaldo era para comprar cabeças de gado na época de cheia, formar rebanho e depois revendê-las. Disse que investiu R$ 2,6 milhões no negócio, cujo dinheiro foi depositado diretamente na conta de pecuaristas, nunca na conta do parceiro.

Depois do início do negócio, ele foi a São Félix do Araguaia verificar como andava seu investimento e constatou diversas irregularidades, entre elas, a aquisição de uma propriedade rural pelo parceiro com dinheiro que ele mandava para comprar gado. Ainda de acordo com Walter, Osvaldo dizia que era sócio do prefeito, utilizando-se de documento frio. "Tudo isso acabou com uma série de denúncias infundadas, retratadas várias vezes pelo Osvaldo e sua filha Maraíza. Ele se retratou perante a CEI da Câmara e na polícia em queixa-crime movida por mim contra ele", afirmou.

Recentemente, o juiz Luiz Antonio Cunha, da 2ª Vara Cível, negou pedido do Ministério Público de afastamento do prefeito e de bloqueio de bens, inclusive do empresário, em ação de improbidade administrativa, envolvendo a prefeitura e a Forty Engenharia.