O programa Aprendiz Profissional na Construção Civil, lançado nesta manhã de terça-feira, 27, em Piracicaba, com o tema "Aprendendo a construir o Brasil na construção civil", abrirá inicialmente 96 vagas para jovens interessados em se qualificar para atuar no setor, sendo 64 vagas para atuação em canteiro de obras e 32 no setor administrativo.
O lançamento aconteceu na Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba (Fumep), e reuniu representantes do governo federal e municipal, dos trabalhadores e empregadores, que sabendo da dificuldade de arregimentar jovens para participar do programa, que é obrigatório, de acordo com legislação federal, sob pena de autuação das empresas, entendem que o pagamento de um salário diferenciado (ajuda de custo), próximo do piso da categoria, pode ser o instrumento para atrair alunos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba, Milton Costa, atualmente, o piso salarial na cidade para ajudante de pedreiro (servente) é de R$ 945,00. Diante disso, o próprio vice-presidente estadual do Sinduscon, Haruo Ishikawa, entende que há necessidade de oferecer um salário maior para o jovem, uma vez que pela legislação seria apenas R$ 600,00. "Com esse valor, sabemos da dificuldade de atrair o jovem para o curso", ressaltou.
O Senai deverá abrir as vagas em novembro, de acordo com o seu diretor estadual, Ophir Figueiredo, com as aulas tendo início de janeiro do próximo ano, e duração de um ano. "Vamos exigir que se pague pelo menos R$ 910,00 para o jovem aprendiz, que é o piso salarial estadual e a implantação de um plano de cargos e salários nas empresas, como forma de atrair os candidatos", diz Milton Costa, ressaltando que o setor carece de profissionais para todas as funções, desde pedreiro, carpinteiro, armador de ferragens até ajudante de pedreiro.
O presidente da Feticom-SP (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário no Estado de São Paulo), Emílio Alves Ferreira Júnior, na abertura dos trabalhos, disse que é preciso combater todas as situações que colocam em risco a saúde e segurança dos trabalhadores, e que no curso o aluno aprenderá identificar e evitar estas situações. "É preciso investir na qualificação do trabalhador e o programa é uma excelente oportunidade", ressaltou. Ricardo Kraide, presidente da Associação das Construtoras de Piracicaba, acredita que é possível praticar o salário defendido pelo sindicato dos trabalhadores. Caberá às construtoras, que tem uma quota de jovem aprendiz a cumprir, para não serem autuadas pelo Ministério do Trabalho, recrutar os jovens para participarem do curso.
Durante o lançamento do programa na cidade, Duílio Teixeira Álvares, auditor do Ministério do Trabalho, falou sobre "A legislação da aprendizagem profissional", enquanto que Wilson Renzi, do Senai, abordou a "Aprendizagem profissional e sistema "S". Já a secretária municipal do Trabalho, Maria Ângela Corrêa, apresentou pesquisa sobre "Mercado de Trabalho formal no setor da construção civil em Piracicaba". O diretor do Sinduscon Roberto José Falcão Bauer abordou "A visão do Sinduscon na indústria da construção civil", e Milton Costa, "A Visão do Sinticompi na construção civil".
