A prefeitura do Rio lançou hoje (24) o Comitê Marielle
Franco de Proteção e Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres. O
projeto conta com a participação de 13 instituições, entre elas a Câmara
Municipal do Rio de Janeiro, casa que Marielle integrava como parlamentar quando
foi assassinada em 14 de março de 2018. A finalidade do comitê é combater o
racismo e conscientizar a população sobre o papel transformador das mulheres
negras na sociedade.
De acordo com a secretária especial de Políticas e Promoção
da Mulher, Joyce Trindade, a criação do comitê quer provocar mudanças para o
futuro e fazer da cidade uma referência na igualdade de gênero.
“A participação dos corpos e mentes das mulheres cariocas na
construção das políticas públicas da cidade ainda é muito baixa, e reivindicar
esses espaços de decisão, dando visibilidade às informações da violência que
vitimam essas mulheres é o nosso objetivo, para fazer da cidade do Rio de
Janeiro uma referência na igualdade de gênero e liderança feminina em todos os
espaços”, explicou.
A vereadora Monica Benício (Psol), companheira de Marielle
Franco na época em que ela foi assassinada, disse que a criação do comitê é
carregada de simbolismo e resistência.
“Precisamos garantir que esse comitê e a Secretaria Especial
da Mulher possam funcionar de forma íntegra e, para isso, precisamos de
financiamento. É muito importante que as mulheres sigam na luta conquistando,
resistindo e lutando, por Marielle e pelos direitos de todas nós”, avaliou.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do
Rio, Teresa Bergher (Cidadania), disse que as mulheres representam 54% da
população da capital fluminense – 46% delas são negras.
“Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a representação feminina está em torno de 20% dos vereadores. É muito pouco, mas estamos avançando. A mulher tem que ter muito mais espaço e a Câmara Municipal precisa apoiar iniciativas femininas, como a criação deste comitê. Marielle Franco representou muito bem tanto a defesa das mulheres como a dos direitos humanos, dedicando sua curta vida às causas que têm que ser defendidas por toda a sociedade”, afirmou.
O evento ocorreu no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do
Rio, e faz parte da agenda Mês das Pretas, em comemoração ao Dia da Mulher
Negra Latino-Americana e Caribenha, lembrado amanhã (25).