Professores estaduais mantêm greve e fazem passeata em São Paulo

Por Redação 31/12/1969 às 21:00

Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram, em assembleia na tarde desta sexta-feira (8), manter a greve iniciada há quase dois meses. Eles se concentraram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e seguiram em caminhada até a Marginal Pinheiros.
A Polícia Militar diz que cerca de 1,5 mil professores participaram do ato. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) fala em 50 mil manifestantes. Eles bloquearam por quase uma hora o sentido Rodovia Castello Branco da Marginal Pinheiros, na altura da Ponte Eusébio Matoso.

O deslocamento começou por volta das 17h, quando os professores começaram a caminhar no sentido Consolação da Avenida Paulista. Depois, eles desceram a Avenida Rebouças e entraram na Marginal Pinheiros por volta das 19h15. A liderança do movimento pediu que os manifestantes seguissem até o Largo da Batata, onde o ato foi encerrado. Um grupo resistiu, mas depois de alguns minutos aceitou deixar a via.

Os professores estaduais declararam greve em 13 de março, durante assembleia também realizada na Avenida Paulista. Desde a data, ocorreram oito assembleias que aprovaram a continuidade da paralisação. Os docentes pedem reajuste de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.

A Secretaria de Estado da Educação afirma ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos e diz que apresentou três propostas em reunião em 23 de abril, entre elas manutenção de uma "política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho". Entretanto, o governo não deu números nem detalhes de qual seria a proposta de reajuste para o dissídio.

A Apeoesp entrou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Mas não houve acordo na audiência de conciliação ocorrida nesta quinta-feira (7). A ação vai ser distribuída para o Órgão Especial do TJ-SP.