BAEP prende 2 vereadores e 1 assessor de Hortolândia por suposto esquema de ‘rachadinha’

Por Redação com informações do G1 Campinas 18/08/2022 às 14:15

(Foto: Keller Stocco)

Os vereadores de Hortolândia Enoque Leal Moura (MDB) e Márcia Cristina Campos (PSB) foram presos na manhã desta quarta-feira (18) durante uma operação do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Piracicaba. Além deles, também foi preso o assessor da vereadora, Isaac Santos Souza. Eles são investigados por suposto esquema de ‘rachadinha’ (quando há exigência ao servidor de entregar parte do seu salário).

Os policiais cumpriram mandados de prisão preventivas expedidos ontem (17) pela 1ª Vara Criminal de Hortolândia, a pedido do Ministério Público. Os três foram levados à Delegacia de Hortolândia.

O Ministério Público recebeu a denúncia e no inquérito afirma que as investigações apontaram que Enoque Moura, ainda nos primeiros meses do atual mandato, abordou seu chefe de gabinete parlamentar, que é subordinado a ele, e exigiu uma quantia de R$ 1.280. Temendo ser exonerado, o chefe de gabinete transferiu o valor exigido em fevereiro do ano passado. Segundo ainda o MP, esse fato teria se repetido mais duas vezes e na terceira o servidor se recusou a fazer o repasse, o que resultou na sua exoneração do cargo.  

Segundo ainda as investigações do MP, a vereadores Márcia e o assessor Isaac agiram da mesma forma e exigiam da assessora de Márcia uma quantia de R$ 1 mil. Ao todo, entre os meses de fevereiro de 2021 e maio de 2022, a vereadora teria exigido vantagem indevida por 15 vezes. Além do dinheiro, o Ministério Público também constatou que a vereadora chegou a exigir o pagamento por parte da assessora do aluguel de um imóvel onde é mantido um bazar beneficente da parlamentar.

Ao G1 Campinas, o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, que faz a defesa do vereador Enoque, alegou que a transferência do dinheiro foi motivada por um empréstimo que seguiu ritos bancários legais. "Primeiramente, pelas informações que recebi do Enoque, toda essa situação é justificável. Houve realmente um empréstimo, que está documentado. Ele tramitou pelas vias normais bancárias, mas o que me chama muito a atenção é que ele sequer teve oportunidade de esclarecer, porque ele não foi chamado", disse. O advogado afirmou ainda que não teve acesso ao valor desse suposto empréstimo.

A reportagem do portal SBNoticias não conseguiu contato até o momento com a defesa da vereadora e seu assessor.