ARTIGOS

28/03/2024

A entrada conflituosa de Jesus em Jerusalém (Domingo de Ramos)

A Igreja celebra no Domingo de Ramos a entrada triunfal de Jesus de Nazaré em Jerusalém, aclamado pela gente que o acompanhava, desde a Galileia. Eu, na minha heresia teológica, mais heresia que teologia, diria que devemos celebrar a entrada conflituosa de Jesus em Jerusalém, para sermos mais fiéis aos Evangelhos, Lemos no evangelho de Marcos que na marcha de Jesus de Nazaré à Jerusalém, ao Centro religioso, político e econômico do judaísmo, seus discípulos e uma multidão que o acompanhavam (Mc 10, 46) queriam-No proclamá-Lo rei. Para a “entrada régia de Jesus montado num jumento”, (MYERS, 2021. P. 350), “muitos estendiam mantos no caminho, outros estendiam ramos que haviam cortado dos campos. E tanto os da frente, como os de traz, iam gritando: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino que vem, do pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!" (Mc 11,8-11)[1].Hosana pode ser um grito de saudação, tipo “viva!”, ou um grito de socorro que se dirigiam a pessoas com poder. Neste caso, com toda certeza, era o grito do campesinato sofrido da Galileia que saudava seu futuro rei e pedia socorro. Jesus havia gerado a expectativa em torno de si de der um Homem com poderes para uma intervenção naquela situação de miséria e sofrimento dos galileus.Ora, se a multidão havia cortado ramos dos campos, significa que ela acompanhava Jesus de Nazaré pelos caminhos e estradas da Galileia à Jerusalém. Esse movimento da periferia para o centro, essa caminhada da Galileia para Jerusalém, além ser motivada pela obrigação religiosa, de se visitar o Templo por ocasião da Pascoa judaica [e outras festas do judaísmo centralizado no templo), tinha uma motivação político-social e religiosa! Aquela gente sofrida que acompanhava Jesus, tinham-No na expectativa do Messias esperado, portanto, queriam-No proclamá-lo rei. A intenção era, embora os Evangelhos não expressam isso claramente, que Jesus – uma vez proclamado rei – deveria tomar o poder e reinar como seu antepassado Davi. Essa era a perspectiva judaica antes e posteriormente assumida por outras figuradas messiânicas, ou revolucionárias dos séculos 1 a. C e 1 d.C.Há quem diga que os ramos cortados nos campos e estendidos na entrada por onde Jesus passava significava que aquele cortejo era uma procissão do campesinato motivada pela ideia de entronização à moda rural de Jesus, estabelecendo-se, assim, um conflito rural-urbano, ou seja, entre as multidões rurais e a elite urbana. É bom lembrar que os camponeses, em especial os galileus, eram tidos com bandidos, revoltosos, etc.Não nos esqueçamos que no tempo de Jesus, a Terra Prometida, enquanto espaço geográfico denominado Palestina, era dominada pelo Império Romano com ajuda de reis vassalos locais e o pacto silencioso e conivente das autoridades religiosas e apoio das elite econômica. A terra propriamente dita, enquanto presente e benção (Dom) de Deus, fonte de produção dos bens para subsistência da vida, estava nas mãos de grandes proprietários da elite submissa à Roma que, em conluio com o Império dominava o povo judeu. Portanto, em especial os camponeses da Galileia, não conformados com essa situação, desejavam ardente e subversivamente, o resgate do governo à moda do projeto igualitário de Deus cuja terra (Aliança), como bem maior recebido de Deus, era uma herança que deveria ser retomada e o povo judeu liberto dos pecados do helenismo que invadira toda a nação.Essa situação de opressão sob a imposição de uma religiosidade pesada imposta ao povo o pelos chefes e anciões religiosos do judaísmo, o julgo do Império romano, misturado com a expectativa messiânica de um rei libertador gerava, de forma sútil e, às vezes, de maneira manifesta incitavam as revoltas populares a que referimos no artigo anterior. Isso causava um certo temor às autoridades judaicas e imperiais.[2]Richard A. Horsley e John S. Hanson dizem que “De fato, os grupos dominantes judeus tinham boas razões para ‘ter medo do povo’, pois o povo simples não estava dócil e passivamente resignado à situação da sua vida. As pessoas tinham ideais sobre como devia ser sua vida, e uma memória que informavam e sustentavam esses ideais. Lembravam a época em que seus antepassados eram livres e não estavam sobre o controle de senhores domésticos ou estrangeiros. Recordavam-se também de conflitos anteriores, em que seus ancestrais tinham sido subjugados, mas conseguiram com êxito reafirmar sua liberdade (...)”.[3]Ched Myers diz que “Jesus vai a Jerusalém não como peregrino, a fim de demonstrar sua fidelidade ao seu templo, mas como rei [Jesus nunca quis ser rei, portanto, eu diria líder] popular, disposto a organizar um cerco não-violento contra as classe dirigentes.”[4] Ou seja, Jesus vai à Jerusalém não para um festa religiosa com sacrifícios de animais no templo. Vai para o confronto com os mitos mantidos pela religião judaica; para o embate final com as autoridades religiosas a quem interessavam os mitos e dogmas dominantes do judaísmo.Ao entrar em Jerusalém montado num jumento, apesar de ser saudado com um rei da linhagem de Davi, Jesus se nega a ser um herói militar nacionalista como são os líderes triunfantes dos reinos deste mundo. Mais tarde ele vai dizer isso a Pilatos: “meu reino não é deste mundo” (Jo 18, 36). Os reinos deste mundo têm poderio militar, força ideológica para manter as mentes prisioneiras ao poder dominante; são nações imperialistas que governam as nações subjugadas com apoio das elites locais e produzem classes pobres/miseráveis que sustentam tais impérios com pesados impostos.As pessoas que acompanhavam Jesus na sua marcha para Jerusalém têm na memória o que disse o Profeta Zacarias: “Reunirei todas as nações contra Jerusalém para o combate; a cidade será tomada, as casas serão saqueadas, [...]. E Senhor sairá e combaterá essas nações, como quando combateu no dia da batalha. Naquele dia seus pés estão no monte das Oliveiras, [...].” (Zc 14, 2-4). Os Evangelhos de Marcos e Lucas colocam o monte das Oliveiras como ponte de partida da caminhada de Jesus à Jerusalém (Mc 11, 1-2; Lc 19, 29-30). Também, na memória do povo, estava a lembrança da procissão militar de Simão Macabeu, líder rebelde triunfante que entra em Jerusalém “com aclamações e ramos de palmeiras, ao som das cítaras, címbalos, harpas, hinos e cânticos, porque um grande inimigo fora extirpado de Israel.” (1Mc 13,51).No entanto, Jesus parece repudiar esta ideologia de restauração da sociedade de Israel em nome de um poder político-militar. Não estava em seus planos a reabilitação do templo-estado, com Ele sob o império/reino de nosso Pai Davi, com queriam/gritavam seus seguidores. Ao fim da marcha sob um jumento Ele entra na cidade, vai ao templo, observa tudo sai da cidade e volta à Betânia (Mc 11, 11). Isso, com certeza, decepciona seus seguidores. Como? Não seria no templo o lugar da entronização do nosso reis? Jesus volta à Betânia e no caminho, num gesto simbólico e estranho, amaldiçoa uma figueira e a condena a morrer sem que alguém coma seus frutos (Mc 11, 12-14). Ato que seus discípulos não entenderam de imediato. Trata-se da simbologia da maldição do templo que não produzia frutos agradáveis a Deus.Ao voltar ao templo Jesus faz um espalhafato com o comércio sacrifical na casa de Deus. Coloca em xeque a utilidade econômica do templo. Ali já trabalharam 18 mil trabalhadores (JEREMIAS, 1983. P. 35), simultaneamente. Com certeza, isso não agradou que dependia da economia do templo.Ainda no templo, Jesus provoca controvérsias com Centro religioso. Após o tumulto com o comércio que ali se pratica e dizer que ali era uma casa de oração e não covil de ladrões, Ele se confronta com os sacerdotes, os escribas e anciões que querem saber em nome de quem Ele faz o que faz. E Jesus o responde encurralando-os para que eles, homens da lei e da religião oficial, respondam sobre o batismo de João Batista. Negam-se responder e os dois lados ficam sem repostas (Mc 11, 27-33).Continuando a provocação, Jesus prega no templo. Não se tem notícias de que qualquer um, sem sejam os sacerdotes, posam pregar no templo. A prática religiosa era monopólio dos sacerdotes. Os ensinamentos da Torá era exclusividade dos fariseus. Jesus rompe com esse monopólio (Mc. 12, 1-11).Quando perguntado se era licito ou não pagar imposto a Cesar (Mc. 12, 13-17), Jesus dá uma resposta à altura da sua fidelidade a Deus. Jesus não tem uma moeda com a imagem de Cesar. A imagem de Cesar cunhada na moeda era, além de marca do dinheiro, um elemento ideológico culto ao Imperador.  A inscrição da moeda era: “Tibério Cesar, Filho do Divino Augusto”, um convite/ordem de culto ao Imperador. Isso proibido pelo segundo mandamento da Lei de Deus: “Não tomar seu santo nome em vão”. Aqueles que perguntaram a Jesus sobre a licitude/ilicitude do pagamento de o imposto a Cesar tinham a moeda e mostraram-na a Jesus. Carlos Bravo Gallardo tem um texto brilhante que diz: “Que Cesar leve para si essa moeda, que atenta contra os direitos de Deus, e que volte para Deus o que lhe pertence: o culto, o povo e a terra”.[5] A reposta de Jesus é nessa linha.Ato contínuo, Jesus prega sobre a ressurreição do mortos para a revolta dos saduceus (Mc 12, 18-27). Fala ao escriba do mandamento do amor cuja pratica vale mais que todos os sacrifícios (Mc 12, 8-34). E para a frustação de tantos, inclusive seus seguidores, Jesus revela que o Messias não é filho de Davi (Mc, 12, 35-37). E para diminuir a importância da publicidade da oferta robusta como prática religiosa dos ricos, enaltece uma pobre viúva que ofertou apenas uma moedinha de pouco valor, era tudo que tinha. Isso tem mais valor para Deus do que as muitas moedas ofertadas pelos opulentos. E, diante da admiração dos apóstolos pela suntuosidade do templo, Jesus diz “Não ficará pedra sobre pedra, que não tenha sido derrubada.” (Mc 13, 1-4). O templo era o motivo de orgulho e glória para os Judeus.Tudo isso – a expulsão dos que compravam e vendia; a derrubada das mesas dos cambistas e cadeiras dos que vendiam pombas; a proibição de qualquer de transportar mercadoria pelo templo (Mc 11, 15-19); os ensinamentos polêmicos ensinados no templo – foi usado pelas autoridades judaicas como razões para acusa-lo, mais tarde. Os acontecimentos do templo foi a “gota d’água” para prendê-lo por tudo que dissera ao povo e por conta de suas ações em prol do reinado de DeusPor conta de outros movimentos de insurretos que já haviam causados grandes estragos na vida do povo judeu, era preciso dar fim em Jesus, pois, “(...), convém que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação.” (Jo 11, 50). Porém, que “Não seja no dia da festa para não haver tumulto entre o povo” (Mc 14, 2). Mas, com tudo que aconteceu no templo, prenderam Jesus. Jesus foi preso, julgado e condenado à morte de cruz porque representava “o perigo de um golpe e insurreição[6]”. É preciso entender isso para que compreendamos a dimensão religiosa, social e política da morte de Jesus de Nazaré[7]. E para tanto, necessário se faz estudar o contexto histórico da Palestina no tempo de Jesus além dos escritos do Novo Testamento.*ANTONIO SALUSTIANO FILHO, advogado e militante dos movimentos sociais libertadores e das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs. 

25/03/2024

Uma história de protagonismo no desenvolvimento industrial

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), que comemora 96 anos em 28 de março, tem contribuído de modo significativo para o avanço do setor. Com mais de oito mil associados e 42 diretorias regionais, é um dos protagonistas da sociedade na proposição de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento, como ocorreu com a reforma tributária do consumo, já aprovada e sancionada. Também defendemos, ao lado da FIESP, uma política de fomento setorial. Por isso, apoiamos o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB) e continuamos mobilizados para que seja bem-sucedida. Isso é importante para o progresso brasileiro, pois o parque fabril gera empregos em grande escala, paga os melhores salários, é o que mais investe em tecnologia e agrega valor às exportações. Proporcionamos, ainda, assessoria jurídico-consultiva e técnica, econômica, comércio exterior, meio ambiente, infraestrutura, tecnologia, sustentabilidade, crédito e apoio em pesquisas, feiras, simpósios, rodadas de negócios, cursos e convênios. Lutamos pela indústria com um olhar mais amplo: acreditamos muito no potencial do nosso setor de contribuir para que o Brasil seja um país melhor e capaz de ascender ao patamar de economia de renda alta. Não é por acaso que damos oportunidade aos jovens no primeiro emprego, bem como oferecemos colocações às mulheres – notadamente às que são arrimos de família. Este é o desafio que sempre moveu a entidade e segue inspirando nosso trabalho.    *Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

19/02/2024

Sustentabilidade na Administração Pública

A evolução humana permitiu que o homem dominasse a agricultura e a produção animal, conduzindo à revolução industrial, à criação da democracia, do estado de direito, desenvolvesse a medicina e a cura, condições que foram proporcionadas pelo clima do Holoceno, que manteve a temperatura estável por sem precedentes 10 mil anos. No entanto, esse panorama de relativa estabilidade climática tem se alterado de forma cada vez mais acelerada, especialmente nos últimos anos, decorrente, em grande medida, de ações antrópicas. O comprometimento dessa estabilidade climática impossibilita sustentar um planeta equilibrado com qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, demandando medidas urgentes para alteração desse quadro.Nesse contexto, as instituições públicas possuem um papel fundamental na transformação social a fim de fomentar uma cultura institucional de preservação ambiental e criar condições propícias para um desenvolvimento consciente e sustentável. Para isso tais organizações precisam não só assumir compromissos, mas executar ações que os viabilizem de fato, tornando-se instituições sustentáveis que compatibilizem a cadeia produtiva com a qualidade de vida, de forma integrada ao meio ambiente, processo que pode ser efetivado por meio da sustentabilidade, que se traduz no adequado uso dos recursos naturais, como a água, energia e insumos de forma mais eficiente, bem como reduzir os resíduos e procurar novas soluções que proporcione a regeneração e assim minimizar os riscos ambientais, garantindo a capacidade dos recursos em atender as necessidades das futuras gerações. No processo de implantação da sustentabilidade na administração pública, padrões de produção e consumo devem ser revistos, com a adoção de novos referenciais, priorizando princípios de políticas como a dos 5R's, sendo eles: Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar consumir insumos/produtos que gerem impactos socioambientais acentuados, evitando a cultura do desperdício e os padrões de consumo e produção insustentáveis, tendo em vista que o consumo dos recursos naturais já excede a capacidade do nosso planeta se regenerar.Nesse cenário, as contratações realizadas pela administração pública são um importante instrumento de promoção da sustentabilidade, constatação que pode ser confirmada quando se analisam os instrumentos legais relacionados à matéria, com a crescente incorporação da sustentabilidade ao texto das normas legais. As licitações, mecanismo utilizado, em regra, para contratações no âmbito público, devem estimular a sustentabilidade econômica, social e ambiental, visando a aquisição de produtos, serviços e construção de obras que atendam ao princípio da sustentabilidade e não apenas considerando como critério de seleção fatores econômicos tais como melhor preço, sendo que  a Constituição Federal, em seu artigo 170 fornece a  base legal para as compras públicas sustentáveis, estabelecendo que a ordem econômica deve observar o princípio da defesa do meio ambiente, bem como em razão de todos terem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme disposto na Constituição Federal em seu artigo 225. De forma infraconstitucional, no que tange às contratações públicas, a Lei Federal nº 8.666/93 define em seu artigo 37, inciso XXI, que a licitação além de se destinar a seleção da proposta mais vantajosa para a administração, deverá promover também o desenvolvimento nacional sustentável; e a Lei Federal nº 14.133/21 dispõe em seu artigo 5º a necessidade de observância do princípio do desenvolvimento sustentável, e no seu artigo 144 que na contratação de obras, fornecimentos e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qualidade e critérios de sustentabilidade ambiental.Diante disso é possível constatar a existência de instrumentos legais que preveem a adoção de práticas de sustentabilidade na administração pública, restando ainda um caminho aberto para a efetiva adoção dessas práticas. Sob esse aspecto, uma das formas de estimular as instituições públicas do país a implementar práticas de sustentabilidade é a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) instituída em 1999, que constitui  um programa do Ministério do Meio Ambiente, destinado às três esferas (federal, estadual e municipal) e que busca sensibilizar os gestores públicos para as questões socioambientais, promovendo o uso racional dos recursos naturais, reduzindo os gastos institucionais e o impacto socioambiental negativo causado pela execução das atividades da Administração Pública.Trata-se de um programa estruturado em eixos temáticos, cujo acesso aos serviços ocorre por meio de assinatura de Termo de Adesão, com duração de 5 anos, com acompanhamento do Ministério do Meio Ambiente em relação às ações implementadas e assessoramento técnico para atingimento dos objetivos pactuados em plano de trabalho, cujo destaque se dá para o cálculo de indicadores constantes no eixo temático nº 3 voltado às licitações sustentáveis, que trata da necessidade de aquisição de lâmpadas e torneiras eficientes, aquisição de papel 100% reciclado, utilização de material biodegradável, dentre diversos outros indicadores.Não diferente, o Governo do Estado de São Paulo lançou em 2007, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), o Programa VerdeAzul (PMVA) que tem o propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental nos municípios, sendo composta de dez Diretivas norteadoras da agenda ambiental local, das quais destacamos os temas estratégicos de Governança Ambiental, Avanço na Sustentabilidade e Educação Ambiental.Trata de um programa no qual cada um dos municípios paulistas indica um interlocutor por meio de ofício encaminhado à Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL),  sendo oferecido capacitação técnica  e ao final de cada ciclo anual sendo publicado o Ranking Ambiental dos Municípios Paulistas. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, através da Resolução GP nº 17/2022 dispôs sobre a sua Política Institucional de Sustentabilidade (PSUS/TCE-SP), que tem por objetivo desenvolver um modelo de gestão socioambiental usando políticas sustentáveis nas rotinas administrativas do TCE-SP, conscientização e sensibilização dos seus jurisdicionados sobre as práticas adotadas pelo Tribunal e divulgação de suas ações e dos resultados alcançados, estimulando a prática de atos sustentáveis.As iniciativas da PSUS/TCE-SP serão conduzidas no âmbito do Programa de Logística Sustentável do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (PLS/TCE-SP), demonstrando através desse instrumento uma outra maneira de atuação institucional, em sincronia com a agenda de práticas de sustentabilidade da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentáveis - ODS da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas, que estabelece um plano global para atingirmos em 2030 um mundo melhor para todos os povos e nações,  com a participação de 193 estados membros, estabelecendo 17 objetivos de desenvolvimento sustentáveis.Considerando atividade do Controle Externo, uma outra forma de induzir melhorias quanto a  práticas sustentáveis em seus jurisdicionados é o Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M). Criado em 2015 pelo TCE-SP, o Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M) é outro forte indutor das Políticas Públicas Ambientais através do Indicador i-Amb – Meio Ambiente, que tem por objetivo estimular práticas sustentáveis nos jurisdicionado, através de medição dos resultados das ações relacionadas ao ecossistema que impactam serviços e a qualidade de vida do cidadão e que corrobora com a missão institucional de sustentabilidade desta Corte de Contas de “atuar com ideias, estratégias e práticas ecologicamente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas, visando impactar positivamente as gerações futuras”.Conclui-se que a sustentabilidade está diretamente ligada a atividades e ações que visam suprir as necessidades humanas, sem causar danos ou minimizando o máximo possível tais danos ao meio ambiente, devendo a sociedade ser protagonista na proteção ambiental juntamente com a Administração Pública, seja através de instrumentos como a Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P; o Programa Verde Azul (PMVA), a Política Institucional de Sustentabilidade e o IEG-M (i-Amb – Meio Ambiente) do TCE-SP. *Guilherme Augusto Gonzaga da Silva é Chefe Técnico da Fiscalização na UR-16 do TCESP.

16/02/2024

A Campanha da Fraternidade e a vida fraterna

A Campanha da Fraternidade tem por lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs”, extraído do Evangelho de Mateus, capítulo 23, verso 8. É o apelo de Jesus para criarmos fraternidade, uma vez que somos todos criados à imagem de Deus e temos nele o Pai comum. Nas suas pregações Jesus sempre denunciava a instrumentalização da fé e criticava os falsos pastores e os falsos profetas que não tinham coerência entre o falar e o agir. “A Lei do Senhor jamais deixará de ser caminho de vida, mas a interpretação dos fariseus e dos escribas impõe, em seu nome, indiferença, confronto e conflito: sinônimos de morte” (CF, Texto base, nº 89).O cristão que “fez a experiência verdadeira do encontro com Jesus, sabe que é o próprio Senhor o modelo dessa conduta” (CF, Texto base, nº 92) Os primeiros “sentimentos que devem configurar o cristão ... são aqueles que, por primeiro, o caracterizam: compaixão, disposição ao serviço, misericórdia, benevolência, fraternidade aberta a todos ... A comunidade de Jesus é comunidade daqueles que se reúnem ao redor de uma mesma mesa e celebram o Sacramento que forma comunhão, que faz irmãos. Ao redor desse altar, apenas um pode ser o Senhor e Mestre...” (CF, Texto base. nº 92). Na vida cristã “as pessoas não podem ser reconhecidas por outra condição que não a de irmãos e irmãs. Só é possível construir um mundo justo e igual ... se todas as pessoas envolvidas se sentirem irmãs umas das outras e viverem como tal, reconhecendo Jesus como único Mestre e o seu Evangelho como único ensinamento que humaniza e faz viver. A centralidade de Jesus como único Mestre e Senhor leva todos os membros da comunidade a se sentirem iguais e viverem como irmãos, ou seja, gera vida fraterna. E é da fraternidade que emanam a amizade, a solidariedade e a transparência nas relações” CF, Texto base, nº 93). Quando se reconhece que “há um único Guia, se reconhece também, por consequência, que todos são irmãos e irmãs uns dos outros, são iguais. Por isso, qualquer atribuição de poder ou autoridade deve ser levada a efeito somente a partir do serviço. É importante, no entanto, recordar que a diversidade de ministérios deve existir na comunidade que necessita de pessoas com capacidade e disposição para ensinar e orientar os demais na vivência do Evangelho. O que não pode acontecer é que se tornem instrumentos de domínio e superioridade, pois todos são irmãos e irmãs” (CF, Texto base, nº 95). Nas primeiras páginas da Bíblia Sagrada “aprendemos que, enquanto o primeiro erro de Adão e Eva levou-os a viver uma outra forma de vida, distante de Deus, da qual a morte seria o resultado inevitável, o erro de Caim é o que traz a morte imediata, para si e para o outro., Romper as relações fraternas é negar ao outro certa forma de existência, aquela da companhia e do convívio, mas é também abandonar a si mesmo à experiência da morte. Acolher é o justo contrário. Afinal, o Deus que é comunhão trinitária nos criou, também, com o convite para viver em comunhão” (CF, Texto base. nº 97). Quando em nossa sociedade “nossas diferenças são entendidas como ameaças e não encontram nossos esforços em construir fraternidade, as relações humanas se rompem e a morte encontra espaço para existir entre nós (CF, Texto base, nº 98). “se a comunidade eclesial hoje é rompida por motivos vários – dentre os quais o mau uso do poder, o ciúme e a inveja, que continuam, infelizmente, atuais – é porque não consideramos com a devida centralidade nossa dignidade fundamental recebida no Batismo” (CF, Texto base, nº 101). Para construirmos fraternidade, precisamos superar a dominação e a exploração.* Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.brPároco da Paróquia Sagrado Coração de JesusSaltinho – SP

26/01/2024

As aprendizagens significativas da Metodologia Ludocriativa e a Educação Sociocomunitária

Este artigo tem por finalidade apresentar as aprendizagens significativas do indivíduo, propondo uma investigação em Educação Sociocomunitária que surge da observação da identidade histórica de uma prática educativa dentro de um espaço no qual se professa a doutrina espírita. O estudo teve como foco a análise de um projeto educacional desenvolvido no Centro Espírita Fé e Amor, localizado em Perdizes - MG, que promove transformações sociais em seu tempo e lugar histórico, demonstrando que não é só dentro do espaço escola que ocorre o processo de educação. Assim, buscou-se desvendar as características do Centro Espírita, relacionando-as na perspectiva da Educação Sociocomunitária e verificando a relação com a educação não formal e a educação social, como forma de conscientização da Educação Sociocomunitária. Também buscou-se analisar, sob o olhar de vários autores, os  olhares qualitativos da metodologia Ludocriativa na formação do ser humano, como também demonstrar os desafios, e perspectivas, da educação social e da questão da educação de jovens e adultos para além dos muros da escola, com uma intencionalidade de repensar a prática mediante o lamentável quadro de analfabetismo que o Brasil se encontra.Assim, a hipótese se estabelece para solução do problema da pesquisa, que questiona a possibilidade da ação educativa dos sujeitos atendidos pela Metodologia Ludocriativa. Para tanto, foi levado em consideração as perspectivas educacionais da Pedagogia da Expressão para o desenvolvimento do sujeito como autor do próprio processo educativo, tendo como meio propulsor a ação do lúdico e da expressão (artística, cênica, plástica, musical, recreativa e folclórica), sendo este  o caminho utilizado para alcançar a ação educativa proposta no Centro Espírita Fé e Amor. Esta metodologia propõe uma compreensão da Educação Sociocomunitária no sentido de uma educação para a autonomia, a qual defende uma ação educacional que se constitua como um processo de coleta de vários sentidos dispersos no viver, referentes ao modo de conceber a realidade. A Educação Sociocomunitária deve ser emancipatória, com o foco em criar uma consciência crítica, que se baseia na autonomia dos sujeitos, uma vez que só será possível de ser conquistada no campo conflituoso das diversas esferas formativas vigentes na comunidade. Desta forma, o trabalho apontou que a metodologia Ludocriativa é um método eficaz para a consolidação das aprendizagens significativas em diversos contextos educativos, tanto formal, quanto não formal.Este artigo tem por finalidade apresentar as aprendizagens significativas do indivíduo, propondo uma investigação em Educação Sociocomunitária que surge da observação da identidade histórica de uma prática educativa dentro de um espaço no qual se professa a doutrina espírita. O estudo teve como foco a análise de um projeto educacional desenvolvido no Centro Espírita Fé e Amor, localizado em Perdizes - MG, que promove transformações sociais em seu tempo e lugar histórico, demonstrando que não é só dentro do espaço escola que ocorre o processo de educação. Assim, buscou-se desvendar as características do Centro Espírita, relacionando-as na perspectiva da Educação Sociocomunitária e verificando a relação com a educação não formal e a educação social, como forma de conscientização da Educação Sociocomunitária. Também buscou-se analisar, sob o olhar de vários autores, os  olhares qualitativos da metodologia Ludocriativa na formação do ser humano, como também demonstrar os desafios, e perspectivas, da educação social e da questão da educação de jovens e adultos para além dos muros da escola, com uma intencionalidade de repensar a prática mediante o lamentável quadro de analfabetismo que o Brasil se encontra.Assim, a hipótese se estabelece para solução do problema da pesquisa, que questiona a possibilidade da ação educativa dos sujeitos atendidos pela Metodologia Ludocriativa. Para tanto, foi levado em consideração as perspectivas educacionais da Pedagogia da Expressão para o desenvolvimento do sujeito como autor do próprio processo educativo, tendo como meio propulsor a ação do lúdico e da expressão (artística, cênica, plástica, musical, recreativa e folclórica), sendo este  o caminho utilizado para alcançar a ação educativa proposta no Centro Espírita Fé e Amor. Esta metodologia propõe uma compreensão da Educação Sociocomunitária no sentido de uma educação para a autonomia, a qual defende uma ação educacional que se constitua como um processo de coleta de vários sentidos dispersos no viver, referentes ao modo de conceber a realidade. A Educação Sociocomunitária deve ser emancipatória, com o foco em criar uma consciência crítica, que se baseia na autonomia dos sujeitos, uma vez que só será possível de ser conquistada no campo conflituoso das diversas esferas formativas vigentes na comunidade. Desta forma, o trabalho apontou que a metodologia Ludocriativa é um método eficaz para a consolidação das aprendizagens significativas em diversos contextos educativos, tanto formal, quanto não formal.Este artigo tem por finalidade apresentar as aprendizagens significativas do indivíduo, propondo uma investigação em Educação Sociocomunitária que surge da observação da identidade histórica de uma prática educativa dentro de um espaço no qual se professa a doutrina espírita. O estudo teve como foco a análise de um projeto educacional desenvolvido no Centro Espírita Fé e Amor, localizado em Perdizes - MG, que promove transformações sociais em seu tempo e lugar histórico, demonstrando que não é só dentro do espaço escola que ocorre o processo de educação. Assim, buscou-se desvendar as características do Centro Espírita, relacionando-as na perspectiva da Educação Sociocomunitária e verificando a relação com a educação não formal e a educação social, como forma de conscientização da Educação Sociocomunitária. Também buscou-se analisar, sob o olhar de vários autores, os  olhares qualitativos da metodologia Ludocriativa na formação do ser humano, como também demonstrar os desafios, e perspectivas, da educação social e da questão da educação de jovens e adultos para além dos muros da escola, com uma intencionalidade de repensar a prática mediante o lamentável quadro de analfabetismo que o Brasil se encontra.Assim, a hipótese se estabelece para solução do problema da pesquisa, que questiona a possibilidade da ação educativa dos sujeitos atendidos pela Metodologia Ludocriativa. Para tanto, foi levado em consideração as perspectivas educacionais da Pedagogia da Expressão para o desenvolvimento do sujeito como autor do próprio processo educativo, tendo como meio propulsor a ação do lúdico e da expressão (artística, cênica, plástica, musical, recreativa e folclórica), sendo este  o caminho utilizado para alcançar a ação educativa proposta no Centro Espírita Fé e Amor. Esta metodologia propõe uma compreensão da Educação Sociocomunitária no sentido de uma educação para a autonomia, a qual defende uma ação educacional que se constitua como um processo de coleta de vários sentidos dispersos no viver, referentes ao modo de conceber a realidade. A Educação Sociocomunitária deve ser emancipatória, com o foco em criar uma consciência crítica, que se baseia na autonomia dos sujeitos, uma vez que só será possível de ser conquistada no campo conflituoso das diversas esferas formativas vigentes na comunidade. Desta forma, o trabalho apontou que a metodologia Ludocriativa é um método eficaz para a consolidação das aprendizagens significativas em diversos contextos educativos, tanto formal, quanto não formal.Este artigo tem por finalidade apresentar as aprendizagens significativas do indivíduo, propondo uma investigação em Educação Sociocomunitária que surge da observação da identidade histórica de uma prática educativa dentro de um espaço no qual se professa a doutrina espírita. O estudo teve como foco a análise de um projeto educacional desenvolvido no Centro Espírita Fé e Amor, localizado em Perdizes - MG, que promove transformações sociais em seu tempo e lugar histórico, demonstrando que não é só dentro do espaço escola que ocorre o processo de educação. Assim, buscou-se desvendar as características do Centro Espírita, relacionando-as na perspectiva da Educação Sociocomunitária e verificando a relação com a educação não formal e a educação social, como forma de conscientização da Educação Sociocomunitária. Também buscou-se analisar, sob o olhar de vários autores, os  olhares qualitativos da metodologia Ludocriativa na formação do ser humano, como também demonstrar os desafios, e perspectivas, da educação social e da questão da educação de jovens e adultos para além dos muros da escola, com uma intencionalidade de repensar a prática mediante o lamentável quadro de analfabetismo que o Brasil se encontra.Assim, a hipótese se estabelece para solução do problema da pesquisa, que questiona a possibilidade da ação educativa dos sujeitos atendidos pela Metodologia Ludocriativa. Para tanto, foi levado em consideração as perspectivas educacionais da Pedagogia da Expressão para o desenvolvimento do sujeito como autor do próprio processo educativo, tendo como meio propulsor a ação do lúdico e da expressão (artística, cênica, plástica, musical, recreativa e folclórica), sendo este  o caminho utilizado para alcançar a ação educativa proposta no Centro Espírita Fé e Amor. Esta metodologia propõe uma compreensão da Educação Sociocomunitária no sentido de uma educação para a autonomia, a qual defende uma ação educacional que se constitua como um processo de coleta de vários sentidos dispersos no viver, referentes ao modo de conceber a realidade. A Educação Sociocomunitária deve ser emancipatória, com o foco em criar uma consciência crítica, que se baseia na autonomia dos sujeitos, uma vez que só será possível de ser conquistada no campo conflituoso das diversas esferas formativas vigentes na comunidade. Desta forma, o trabalho apontou que a metodologia Ludocriativa é um método eficaz para a consolidação das aprendizagens significativas em diversos contextos educativos, tanto formal, quanto não formal.* Valéria Caetano da Silva é professora, pesquisadora na área da Educação e autora do livro Metodologia Ludocriativa

21/01/2024

48 anos do 19º BPM/I

Com imensa emoção e carinho, celebro os 48 anos de dedicação e serviços exemplares do 19° BPM/I, situado em Americana/SP. Desde a sua inauguração em 15/01/1976, nossa missão é proteger os cidadãos de Americana, Santa Bárbara d'Oeste, Cosmópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho. Contamos com homens e mulheres extraordinários que, incansavelmente, trabalham pela paz social e pela defesa da vida, integridade física e dignidade humana. Neste dia especial, é com gratidão que ressalto atividades que inundam meu coração de contentamento. Ao longo do período no Comando do 19° BPM/I, vivenciei momentos marcantes, como o Projeto PM na Escola por Meio do Esporte, que promove a integração e valores na comunidade escolar e também cultiva disciplina, respeito, família e patriotismo. O "Portas Abertas" é outra iniciativa que permite aos nossos jovens conhecerem de perto a vida do Policial Militar, proporcionando eventos de civismo e amor à pátria. Isso inclui o emocionante hasteamento da Bandeira Nacional e o entoar do Hino Nacional, além da calorosa recepção aos alunos de cursos pré-militar. E como não mencionar o incrível Proerd, Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, que celebrou em 2023, 30 anos na PM? Este programa representa um esforço conjunto para prevenir o uso e abuso de drogas, conscientizando sobre os devastadores efeitos da dependência química. Neste ano memorável, registramos 84.645 abordagens, 662 pessoas presas, 296 veículos recuperados, 542 foragidos da justiça capturados, 58 armas apreendidas e atendemos a 36.080 ocorrências. São números que refletem o incansável comprometimento de nossa corporação com a segurança e a ordem. Vida longa ao 19° BPM/I e a toda corporação que compõe esta história notável de comprometimento e segurança. Meus agradecimentos a todos que fazem parte desta jornada.  Que venham muitos mais anos de sucesso e proteção! * Tenente Coronel PM Daniel, Cmt do 19º BPM/I. O Oficial da PM é professor universitário, mestrado e bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, Bacharel em Direito, Pós graduado em Direito Penal e Processo Penal.Comunicação Social do 19º BPM/I

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