Governo deve reavaliar volta às aulas, após projeção de aumento de mortes por Covid-19 entre crianças

16/07/2020

O centro de contingência contra o coronavírus, comitê do governo de São Paulo que delibera sobre a quarentena no estado, vai reavaliar a volta às aulas programada para o início de setembro, conforme informou o G1 Globo/SP.  O anúncio foi feito nesta quinta-feira (16) após o coordenador-executivo do grupo, o médico João Gabbardo, ser questionado sobre uma projeção matemática que estima até 17 mil mortes entre crianças com a retomada das escolas em todo o Brasil.

A afirmação ocorre dois dias depois do seminário da Fapesp sobre coronavírus no qual o matemático Eduardo Massad, professor titular da Escola de Matemática Aplicada Fundação Getúlio Vargas (FGV), criticou a retomada das aulas em SP e fez a estimativa de 17 mil óbitos em todo o país.

São Paulo planeja a retomada gradual das aulas a partir de 08 de setembro para as cidades que tiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização, segundo o governo paulista. A proposta prevê ainda combinação de aulas presenciais e virtuais. 


No mesmo evento virtual, o ex-coordenador do comitê de saúde estadual, Dimas Covas, disse que as mortes diárias por coronavírus no estado de São Paulo podem continuar em um “patamar elevado” até 2021.

 

Projeção sobre a volta às aulas

No debate virtual com especialistas realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e o Butantan, o matemático Eduardo Massad afirmou que São Paulo e o Brasil não vivem um bom momento para reabertura de escolas.

 

Por meio de fórmulas matemáticas, Eduardo Massad afirmou que, caso aconteça uma reabertura precipitada das escolas no Brasil, o país pode saltar de 300 mortes de criança abaixo de 5 anos para 17 mil até o final do ano.

"300 e poucas crianças abaixo de 5 anos morreram no Brasil. Se a gente reabrir as escolas, nós vamos chegar a 17 mil. São 17 mil crianças que vão morrer e não precisariam morrer. Todo o resto dos problemas vocês consegue dar um jeito e resolver. Nós estamos falando de vidas. Se a gente abrir sem um planejamento muito preciso e um controle muito grande, o que vai acontecer é que vai morrer 17 mil crianças contra 300 e poucas no curso natural da epidemia, com as escolas fechadas", afirmou.

 (Foto Divulgação SEc. de Estado da Educação) 

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